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Projeto “Ateliê Miguelina” foi aprovado em edital da SAS

Atividade irá atender mulheres idosas, vítimas de violência

A necessidade de um espaço reflexivo para mulheres idosas, vítimas de violência, foi um fator predominante para a criação do projeto “Ateliê Miguelina: Centro de Acolhimento, Escuta Sensível e Empoderamento de Mulheres Idosas Vítimas de Violência”, recém aprovado no Edital FUNEPI, do estado do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria de Assistência Social (SAS). Desenvolvido na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Câmpus de Santiago, em conjunto com o Polo de Modernização Tecnológica do Vale do Jaguari (PMTVJ) e o Grupo de Acolhimento, Pesquisa e Extensão das Relações de Gênero (GAPERG), é coordenado pela Professora Rosangela Montagner.

O projeto atua enquanto proposta de intervenção social, ao contribuir na diminuição da reincidência dos casos, proporcionado reflexão, sororidade e empoderamento feminino.

Sendo assim, a proposta parte da formação de equipe multidisciplinar, que concentra esforços na tentativa de reduzir as crenças legitimadoras e perpetuadoras do uso da violência, considerando principalmente os espaços domésticos e familiares. Além da necessidade de promover e ampliar a visão de mundo e espaço das participantes, no que tange violência, gênero e direitos dos idosos, trabalhando com a percepção social de cada uma em relação à não tolerância à violência sofrida.

- O trabalho com mulheres idosas, vítimas de violência, é uma proposta desafiadora a ser realizada! Consideramos as demandas sociais convenientes as violências contra mulheres idosas, no âmbito doméstico, relevantes de serem trabalhadas e pensamos através do Ateliê Miguelina, promover um espaço permanente, com equipe especializada e apoio -, relata a coordenadora, Profª Rosangela Montagner.

Com base em uma nota produzida pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos, os dados mostraram que em 2022, houve o menor emprego de recursos para o combate à violência contra mulheres, em uma década. Trazendo à tona, um outro fator motivacional, que comprometeu o funcionamento de serviços de acolhimento às mulheres em situação de violência: a pandemia da Covid-19.

O projeto, no entanto, vai além do convencional e, também, traz consigo o acolhimento às mulheres idosas vítimas da violência financeira, essa, embora pouco comentada, segundo dados de denúncias da Ouvidoria da Secretaria dos Direitos Humanos do Governo Federal, a violência financeira contra o público da terceira idade, é a 3º maior no ranking dos tipos de violência cometidos no Brasil, contra os idosos.

- Também vamos contribuir para um processo de questionamento crítico da sociedade patriarcal. Podemos dizer, que aqui temos um locus das relações verticais entre homens e mulheres, nas quais estão inseridas inclusive as mulheres idosas. Temos relatos e estatísticas de que a violência financeira é bem alta, entre mulheres idosas. Isso porque, familiares ou companheiros se aproveitam da aposentadoria ou da possibilidade de financiamentos e empréstimos, causando danos no patrimônio financeiro da vítima -, complementa Profª Rosangela Montagner, coordenadora do projeto.

Diante disso, o projeto Ateliê Miguelina, irá desenvolver seu trabalho com a produção de artesanato social, a partir do acolhimento, escuta sensível e capacitação de um grupo de mulheres idosas, em situação de violência, na cidade de Santiago. Com apoio de uma equipe especializada e de profissionais das áreas da psicológica, assistência social e jurídica, o projeto contará com espaço teórico-prático personalizado para as atividades, visando o empoderamento, a convivência e o protagonismo social, cultural e econômico das mesmas.

Ainda, conforme o Gestor do Polo de Modernização Tecnológica do Vale do Jaguari (PMTVJ), Professor Higor Machado de Freitas, a aposta no empreendedorismo social parte em razão de promoções em outras áreas.

- O projeto irá atingir como forma de reflexão e alternativa as situações de vulnerabilidade social, econômica e cultural, promovendo o protagonismo das pessoas numa relação com as Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS / ONU) -, ressalta o gestor do PMTVJ.

Além disso, as participantes do projeto, terão sempre que necessário o encaminhamento e acompanhamento jurídico, psicológico e assistencial social, com intuito de auxiliar e informar diante das devidas situações vivenciadas.

Sendo assim, o projeto irá além de um grupo de mulheres idosas em situação de violência, mas também em um espaço de reflexão, com foco nas relações de gênero, articulando aos pressupostos do empreendedorismo social, com relação a produção social de artesanato, possibilitando a convivência, a troca de experiências e, consequentemente, o protagonismo, com intuito do rompimento de ciclos de violência.

- Além de tudo, o projeto Ateliê Miguelina, busca promover os saberes que essas mulheres irão trazer. Iremos identificar inicialmente, no que diz respeito ao artesanato, quais técnicas cada uma sabe e diante disso, daremos início a construção dos produtos. Pensando sempre, que esses produtos terão um significado ainda maior, até porque utilizamos uma expressão muito comum nesses casos, que parte de “dar cor à dor” e será exatamente isso que o projeto irá desenvolver -, conclui a coordenadora do projeto, Profª Rosangela Montagner.

O projeto vai iniciar suas atividades no ano de 2024.

 

Edital FUNEPI

Constituído pelo estado do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria de Assistência Social (SAS), o edital consiste em selecionar propostas técnicas apresentadas por organizações da sociedade civil, com intuito de firmar Termo de Colaboração com a entidade e por meio de parceria, executar projetos voltados à pesquisa científica, capacitação e formação de pessoas idosas e da Rede de Atenção à Pessoa Idosa.


Fonte: Núcleo de Comunicação

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