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Projeto que fortalece a cadeia produtiva da apicultura obtém resultados positivos

Conheça mais sobre a “Rastreabilidade e Autenticidade do Mel do Vale do Jaguari”

Pensando no desenvolvimento de produtos sustentáveis na linha Premium, a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Câmpus de Santiago, por meio do Polo de Modernização Tecnológica do Vale do Jaguari (PMTVJ) e suporte do edital do programa Inova RS, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT), com o apoio das Prefeituras Municipais da região, trabalha propostas no meio da inovação aberta, com intuito de fortalecer a cadeia produtiva da apicultura. Com base nisso, o projeto “Rastreabilidade e Autenticidade do Mel do Vale do Jaguari” já apresenta resultados positivos.

Atuando como hélice de desenvolvimento na apicultura desde 2012, a URI Santiago após iniciar suas tratativas para a criação do Arranjo Produtivo Local (APL) Apicultura, construiu o projeto com intuito de fortalecer a cadeia apícola do Vale do Jaguari. Diante disso, com o uso da inovação realizou o diagnóstico da cadeia produtiva, presente na avaliação de espécies nativas e conduzindo na atividade de forma sustentavelmente econômica, social, cultural e ambiental.

A rastreabilidade inclui a origem e o caminho percorrido pelo mel, até o consumidor final, bem como, os parâmetros de qualidade físico-química e sensorial do produto. A partir de recursos do projeto, obteve-se então o mapeamento das propriedades produtoras, fazendo a coleta de material e traduzindo-se em informações. O produto analisado e os dados estão compilados em um banco de dados, disponível para o consumidor via leitura de QR Code, instaurado na embalagem.

O projeto ainda conta com a participação de Professores e estudantes dos Cursos de Agronomia, Ciências Ambientais e Farmácia, analistas de Tecnologia da Informação (TI) do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) da URI Santiago, técnicos da EMATER, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santiago, Apiário Padre Assis/MERCOMEL e Arranjo Produtivo Local - Apicultura Vale do Jaguari.

Em sintonia com o planejamento estratégico, o projeto foi construído, respeitando a cadeia produtiva e o conhecimento tradicional. Sendo assim, por meio de articulações no ramo da apicultura, houve uma relação que reforça a questão da sustentabilidade, sem desvalorizar a cultura e a história. Desse modo, o projeto atua como responsável pela geração de renda, devido a valorização de méis que apresentam qualidade físico-química superior, além de contribuir para a diminuição do êxodo rural e a manutenção de jovens nas atividades em campo.

Como resultado disso, também apresentam-se mudanças significativas no que relaciona a preservação do meio ambiente. Devido às técnicas instauradas no projeto apresentarem manejos sustentáveis, as chances de degradação do ambiente seriam reduzidas.

Contudo, para o desenvolvimento do projeto, foram estabelecidas parcerias entre a Universidade, empresas, governos e sociedade civil organizada. Resultando em 92 visitas técnicas para o cadastro de apicultores no Vale do Jaguari, até novembro de 2022. Conforme a mineração de dados de rastreabilidade e autenticidade dos méis do Vale do Jaguari, foram cadastrados 60 apicultores, distribuídos nos nove municípios da região.

 

O projeto

O processo parte do conhecimento de que o pólen serve como suplemento alimentar natural rico em um complexo de vitaminas, atuando de forma benéfica para o funcionamento do organismo humano. Sendo assim, o elemento serve como identificador de possíveis espécies multiflorais, dando origem às amostras de méis analisadas.

Posteriormente, as amostras foram agrupadas nos nove municípios componentes do Vale do Jaguari, para o processo de determinação da presença de grãos de pólen multiflorais, utilizando um procedimento técnico inovador da região.

Com base nas amostras, foram encontrados grãos de pólen nos méis analisados de cada município, ressaltando a qualidade nutricional e o formato do grão. Diante disso, foi possível identificar espécies consideradas exóticas no Brasil.

De acordo com o estudo das amostras, pôde-se considerar um parâmetro indicativo da qualidade do mel estabelecido pela legislação brasileira. Apenas duas amostras analisadas apresentaram resultados inferiores ao indicado, considerando uma concentração baixa de enzima diastase nas amostras de méis. Substância essa, que deveria apresentar-se de forma natural, garantindo a qualidade do produto aos consumidores.

Sendo assim, os valores inferiores podem estar relacionados com o aquecimento indevido dos méis, visando reduzir a cristalização ou até mesmo, a temperatura de armazenamento inadequado, tendo em vista que a enzima é bastante sensível ao calor.

A pesquisa ainda traz consigo dados sobre a quantidade anual de mel produzido pelos 60 apicultores cadastrados que é de 915.450 kg, tendo como média 15.258 kg por apicultor com o valor máximo de 180.000 kg e como valor mínimo de 300 kg. Obteve-se também 26.248 colmeias inventariadas, com média de 437 por apicultor, nos municípios de Santiago, São Francisco de Assis, Nova Esperança do Sul, Capão do Cipó, São Vicente do Sul, Mata, Cacequi, Jaguari e Unistalda.

Durante a realização da pesquisa, também houve o questionamento quanto à classificação da mão de obra, identificando que havia o predomínio de mão de obra familiar em relação à qualidade, consistindo em novos contratos apenas em época de safra. O fator também resultou na observação em relação aos manejos aplicados no apiário, que consistem em 9 apiários/meliponários migratórios e 15 apiários fixos.

O projeto ainda busca trabalhar a valorização do apicultor e do seu trabalho, tendo como preocupação os problemas enfrentados pelos produtores. Um alarmante é o período de escassez de alimentos para as abelhas, vivenciando principalmente no inverno. O momento exige que os apicultores utilizem a prática de suplementação alimentar para o enxame, suprindo as necessidades que eles possuem, prática essa adotada pela maioria dos produtores da região, exceto por 7 apicultores.

Ao final, o levantamento sobre a associação dos apicultores demonstrou que a maioria não possui vínculo com nenhuma, entretanto, a associação que mais possui apicultores vinculados foi a ARSA.


Fonte: Núcleo de Comunicação

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